domingo, 27 de fevereiro de 2011

“Lembranças – Fragmentos da Vida”

        Sentado em um banco, poderia se pensar que ali era o fim da vida, pouco importava quanto tempo me restava, e sim quanto tempo eu havia perdido, quantas chances desperdiçadas, podia ter feito, deveria ter ido...
Lembranças, alguns dizem que são formas inúteis de tentar reviver o passado. Mas que seja! É inevitável. É um momento de nostalgia que nos alcança em alguma fase da vida.
Recordo da minha vida só a partir dos meu 5 anos, mas nasci com nove meses, como a  maioria das pessoas, porém não recordo de nada antes dos meus 5 anos.... Eu queria voar como um super-herói, salvar vidas, ter super poderes e não ter que ir para cama cedo. Lembro que queria ser imortal e muito rico, viajar pelo mundo, ajudar muitas pessoas, acreditava que podia confiar em todos. Pois, não acreditava no lado do mal, afinal o lado do bem sempre vencia. Eu não queria acordar cedo para ir à escola.
Ah... Como é bela a juventude... Quantas coisas legais há para um garoto de 15 anos fazer. Eu queria ser o guitarrista de uma banda de rock’n roll, sair com os amigos sem ter hora pra voltar e sem destino para onde ir, arranjar uma namorada e aproveitar as coisas mais belas da vida.
Dos 17 aos 18 anos, procurava um sentido para a vida, tentava compreender o mundo. Eu queria me encontrar, me mudar, morar sozinho; eu queria ser diferente das outras pessoas, não queria ser como a sociedade ti designa ser.
Juventude... Nos meus 20 anos, eu só queria terminar a faculdade, conseguir um trabalho e sair pra curtir as festas com meus amigos.
Aos 25 anos, eu queria casar com a mulher da minha vida, ter filhos com ela e ensiná-los tudo que eu havia aprendido da vida. Queria comprar uma casa grande e me estabilizar no emprego, afinal eu seria pai e precisava dar tudo que havia de melhor para os meus filhos.
Com 30 anos, tudo que eu queria eram férias do trabalho, e aproveitar com meus filhos e esposa o pouco tempo livre que eu tinha. Pois, o trabalho andava tomando muito tempo da minha vida.
Aos 40 anos, as crianças (que nem eram mais crianças), se encontravam na fase da rebeldia, não queriam saber da escola, tiravam notas ruins, e só pensavam em formar uma banda... Ironia do destino... Mas, eu só queria que eles fossem alguém na vida e que não usassem drogas.
Nos meus 50 anos, não via a hora de me aposentar, queria sair da cidade e comprar uma casa em frente à praia para ir morar com o meu amor, e com meus filhos indo me visitar nas datas festivas juntamente com meus netos.
Com 60 anos, me ponho a sentar em um banco pensando... Eu não consegui ser um super-herói, não consegui entender e mudar o mundo, não consegui aproveitar as coisas mais belas da vida, não consegui ser o melhor pai do mundo... Eu não consegui tanta coisa... Quantas coisas queremos à medida que crescemos...
Então, chega-se em certo ponto da vida onde refletimos no que fizemos, no que deixamos de fazer, no que falamos e deixamos de falar. Mas a vida continua sempre em frente e devemos prosseguir com ela, tirando e levando conosco os melhores aprendizados...
Hoje, eu só quero viver um momento de cada vez deixando fluir naturalmente os acontecimentos da vida, e voltar a sonhar...


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cotidiano

  As rotinas ou as tarefas frequentes não nos exigem pensamentos analíticos, tornando-os subconscientes e automáticos. E isso impedi nossas reflexões, fazendo-se necessário parar, considerar e pensar quando se deseja fazer algo diferente ou que se distingui.
  Rotina diária que nos traz uma certa confiança e segurança, ao percorremos “terrenos” conhecidos que evitam de nos perder ou darmos um passo em falso. Algo, que gera estabilidade e se torna natural. Rotina que também pode virar um clichê visual, nos impedindo de prestar atenção e de perceber as coisas que nos cercam; coisas que podem ser mínimas e que não nos afetam diretamente, mas compõe a nossa paisagem e faz parte do nosso dia-a-dia.
  Estamos propensos a escolher o conhecido, assim podemos planejar o nosso dia, aliás, fazemos planos toda vida para o futuro, a cada momento substituímos um velho futuro por um novo futuro, a cada hora fazemos novas escolhas, e essas novas escolhas geram novos futuros, cada escolha destrói um sonho, cada escolha constrói uma esperança. Então, é preciso parar, considerar e pensar, pois isso nos permite ter um olhar diferenciado sobre determinado assunto ou espaço e termos melhores opções de escolhas. Evitando maiores erros, dinamizando nossa vida e produzindo novas experiências.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

"Ao infinito e além..."


O infinito, de acordo com o dicionário Aurélio, é tudo que não é finito; sem fim; ilimitado; inumerável. O tempo e espaço, considerados absolutamente.
A partir do momento que tentamos definir o infinito estamos limitando, a uma ou poucas frases, algo que vai além da mente humana, das idéias de um ser. Não há como pensar o infinito senão pelo sobressair de sua própria idéia.
Na matemática, o conceito de infinito estar presente  no cálculo, diferencial e integral, e na teoria dos conjuntos. Um enigma matemático, pois se retirarmos um elemento a um conjunto infinito restarão, não um a menos, mas exatamente o mesmo número de elementos
Pensar o infinito é produzir uma nova imagem do tempo, na medida em que não podemos chegar a um tempo decisivo com tal pensamento, no qual, o infinito se resumiria a uma progressão sem fim de momentos sucessivos em favor de um tempo ilimitado. Em que a impossibilidade de terminar o pensamento do infinito produz a infinidade da própria idéia de tempo.
Somos finitos como pessoas, porém infinitos em pensamentos e idéias. No qual, sabemos que há um fim para o nosso corpo material, mas procuramos acreditar que a algo além da simples morte para nossa alma, o mundo das idéias. Procuramos buscar o infinito para o nosso espírito através da religião ou outro meio, pois sabemos que a alma é algo imutável e imperecível. Segundo Descartes, há distinção entre corpo e mente, no qual, a alma racional humana, sua parcela pensante, realiza atividades mentais essenciais que tem domínio sobre o corpo, enquanto sua parcela material realiza atividades informadas pela alma racional. Assim, Descartes conclui que a razão é o fundamento e a essência do ser humano, e que o ser humano é algo distinto do corpo e pode existir sem ele.
Pensar o infinito é fazer mais do que pensar ou, antes, é compreender que o pensamento pode não ser aquilo que normalmente se pensa que é. O pensador não sobrevive ileso ao receber a idéia do infinito, pois é preciso se transmutar entre o real e o irreal. Assim, o simples pensamento sobre o infinito não defini a sua complexidade, pois a idéia de infinito não termina de ocorrer enquanto se produz no pensamento, como se o pensamento não pudesse terminar de pensar aquilo a que direciona tal idéia, o que não ocorre com as outras idéias. Tal diferença nos conduz à relação de temporalidade que o pensamento vai produzir ao pensar o infinito e outra coisa que seja finito.
A idéia do infinito é um desejo sem fim, como se fosse um ensinamento que não termina de chegar, produzindo, dessa forma, um dizer que não tem fim. Assim, o infinito não tem tamanhos que o possam limitar.