sábado, 12 de fevereiro de 2011

"Ao infinito e além..."


O infinito, de acordo com o dicionário Aurélio, é tudo que não é finito; sem fim; ilimitado; inumerável. O tempo e espaço, considerados absolutamente.
A partir do momento que tentamos definir o infinito estamos limitando, a uma ou poucas frases, algo que vai além da mente humana, das idéias de um ser. Não há como pensar o infinito senão pelo sobressair de sua própria idéia.
Na matemática, o conceito de infinito estar presente  no cálculo, diferencial e integral, e na teoria dos conjuntos. Um enigma matemático, pois se retirarmos um elemento a um conjunto infinito restarão, não um a menos, mas exatamente o mesmo número de elementos
Pensar o infinito é produzir uma nova imagem do tempo, na medida em que não podemos chegar a um tempo decisivo com tal pensamento, no qual, o infinito se resumiria a uma progressão sem fim de momentos sucessivos em favor de um tempo ilimitado. Em que a impossibilidade de terminar o pensamento do infinito produz a infinidade da própria idéia de tempo.
Somos finitos como pessoas, porém infinitos em pensamentos e idéias. No qual, sabemos que há um fim para o nosso corpo material, mas procuramos acreditar que a algo além da simples morte para nossa alma, o mundo das idéias. Procuramos buscar o infinito para o nosso espírito através da religião ou outro meio, pois sabemos que a alma é algo imutável e imperecível. Segundo Descartes, há distinção entre corpo e mente, no qual, a alma racional humana, sua parcela pensante, realiza atividades mentais essenciais que tem domínio sobre o corpo, enquanto sua parcela material realiza atividades informadas pela alma racional. Assim, Descartes conclui que a razão é o fundamento e a essência do ser humano, e que o ser humano é algo distinto do corpo e pode existir sem ele.
Pensar o infinito é fazer mais do que pensar ou, antes, é compreender que o pensamento pode não ser aquilo que normalmente se pensa que é. O pensador não sobrevive ileso ao receber a idéia do infinito, pois é preciso se transmutar entre o real e o irreal. Assim, o simples pensamento sobre o infinito não defini a sua complexidade, pois a idéia de infinito não termina de ocorrer enquanto se produz no pensamento, como se o pensamento não pudesse terminar de pensar aquilo a que direciona tal idéia, o que não ocorre com as outras idéias. Tal diferença nos conduz à relação de temporalidade que o pensamento vai produzir ao pensar o infinito e outra coisa que seja finito.
A idéia do infinito é um desejo sem fim, como se fosse um ensinamento que não termina de chegar, produzindo, dessa forma, um dizer que não tem fim. Assim, o infinito não tem tamanhos que o possam limitar.

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